sexta-feira, 1 de janeiro de 2010


Seu nome era Felipe, 17 anos, cabelos compridos, negros e lisos, olhos orientais, alto, nem magro nem gordo, de bermuda, camisa xadrez e red nose verde com preto aos pés. Em sua testa, nada pequena, passava um letreiro: " Eu odeio minha existência, não sei ainda porque, na verdade até sei, mas sou sujo e hipócrita como vocês, sendo assim não digo.", sendo tudo isso escrito em japonês poucos os conhecedores da língua, era difícil quem lese, mais poucos ainda os que aceitassem o texto escrito em sua face, pois a maioria tem medo da verdade. Com sua mochila verde remendada a linha, com uma fita isolante prata e rabiscos feitos a caneta bic, o nome de sua companheira de soneca escolares era tuca, uma mochila que ele carregava nas costas todos os dias sempre com um caderno com quase todas as folhas tiradas e as não arrancadas estavam na sua maioria riscadas, havia também uma caneta, que vezes era azul, vezes era preta, era ela sua chave para o passatempo, desenhar desenhos sem sentido e reescrever partes de musicas, pois havia dias em que ele não aguentava nem os "amigos" e "amigas" falando merda pelos cotovelos, tinha ele a necessidade de fugir de todo aquele desespero pra ser aceito, um tentando convencer o outro : " eu sou mas legal! ". E dias como aquele, sentado ao chão, amigos a perto, sem caneta ou papel a mãos, sua mochila ao lado, podia ele pega-la e abri-la, retirar de lá seu caderno e sua caneta ou talves puxa-lá básicamente no intuito de levantar-se e ir para casa almoçar, porque logo, logo, iria ter de trabalhar, nisso com dois dedos, sultilmente arrumou o oculos que havia descido um pouco pelo nariz ao se inclinar pra certa obseravação. E o letreiro em sua face, seu corpo imobilizado pelo nojo de si mesmo, mais a anestesia da vontade de sair correndo. O seu olhos captando as ações alheias, seu cérebro acimitando um punhado de besteiras. Uma voz agora o quebrara o transe de ver o mundo na sua mas verdadeira imbela realidade:
" - 'Falow'; Felipe! Tô 'vazando' já, cara."
E antes de qualquer pensamento disse, antes mesmo até de saber quem era o individuo que se despedia dele :
" - Ooou cara, 'vo' indo aae também. "
Disse com tom de desanimo a frase, levanto-se com mais desanimo ainda, disse um thcau quase que coletivo e saiu andando, praticamente se arrastando até em casa. Porque essa era apenas uma parte do seu dia de escola/almoço/trabalho/sono.

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