domingo, 3 de abril de 2011


Escorrega pelas ruas, com seus passos lerdos, Hazel pensa em coisas incontáctaveis, entre suas mãos há um tufo de ódio, e na outra uma leve fogueira. "Falta pouco." Ele sabe que falta, mas a coragem é um dom dos insanos, não uma miragem. Como se conta o que deve ser feito para realinhar as energias cosmicas? Como dar a chave a alguém que não sabe onde fica o cadeado. Dando óculos a cegos e bicicletas a paraplegicos. Nesse vai e vem, sabemos que falta pouco. Há um ponto, crucial, em quase todas as situações, aquelas que nós deixam marcados, fragelados e mamedrontados, zumbidos, dor, ódio e arrepios. O que Hazel tem de fazer é . . . são coisas que devemos esquecer, entende. Hazel podia, talvez, em algum momento, precisa, agora, já, tacar esse ódio no fogo, e dar as costas, voltar depois caminhando por umas dessas travessas, pra procurar as cinzas, rezando, em um tom de glória, que ela já tenham se dissovido na chuva, ou levadas pelo vento. É necessária a certeza de que aquilo não existe mais.


: Psicosenamedida;

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