terça-feira, 17 de maio de 2011

Um tropeço distraído no finito, entre pedaços de palavras, números de telefones incompletos e fotografias queimadas. Destroços do que foi um dia um projeto de vida jogados em um quarto escuro, que as vez, uma vez por semana, no mínimo, Sofia abre, abre como quem precisa remoer um passado, mesmo sabendo que passado é passado, e o que passou não pode de novo, estar aqui, no agora, nesse presente, um presente grego. Mas como quem não sabe lidar com o presente, se perde ao tentar articular um futuro, ela entra nesse quarto, que embora seja quadrado, anda em círculos, tropeça entre fotos e números, www alguma coisa, que ela lembra, entra, navega em seu barco furado, um furo que ela mesmo fez, de agonia, e na agonia continua, para tirar o liquido que entra pelo furo, liquido que fede, com seu balde pequeno. Só isso! É apenas ela, seu balde, seu barco, seu quarto, sua vida pequena, em um lugar pequeno, com pensamentos pequenos, porém destrutivos. Apenas uma fissura nuclear.

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